Vivendo no modo da paixão


……………….Jovino Machado – vivendo no modo da paixão

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Jovino Machado nasceu em Formiga, Minas Gerais em 1963 foi criado em Montes Claros vive atualmente em Belo Horizonte onde estudou Letras na Universidade Federal de Minas Gerais e atua como restaurateur.Poeta por vocação publicou treze livros, entre eles Trint ‘anos Proustianos (1995), Disco (1998), Samba (1999), Balacobaco (2002) e Fratura Exposta ( 2005). Em 2009, publicou a plaquete poética Meu Bar Meu Lar Cor de Cadáver (2009). Tem participações em Dimensão – Revista Internacional de Poesia de Uberaba (MG, 1998) em A Poesia Mineira no Século XX (Imago, Rio de Janeiro, 1999), A Cigarra- Revista de Poesia de Santo André (SP, 2000), O Melhor da Poesia Brasileira – Minas Gerais (Joinville, SC, 2002), Suplemento Literário de Minas Gerais (2007), no Jornal Rascunho (2008), Revista Poesia Sempre (Biblioteca Nacional, 2012), Revista Desencontro Desmarcado (Universidade Federal de São João del Rei , 2012 ). Recebeu Menção Honrosa na Revista Literária da UFMG (1991) e terceiro prêmio de Poesia Falada de Campos dos Goytacazes (RJ, 2002).

Nesta entrevista feita por email ele me falou de sua infância, seus antepassados, seu jeito de ser, sua poesia noir, seus autores prediletos, sua saudável mania de ler compulsivamente, ouvir musica, seu amor pelo teatro, pelas artes em geral, suas musas e seus mestres, e sua insistência em continuar a fazer poesia mesmo sabendo que ela é patinho feio das artes.

Falamos especialmente do seu ultimo livro lançado em novembro de 2013 em Belo Horizonte (Lj Elvira Matilde), na verdade uma plaquette com um delicado projeto gráfico realizado pelo artista plástico Daniel Bilac e a designer Valquíria Rabelo: Cantigas de amor & maldizer composto por apenas dez poemas que segundo alguns críticos comprovam a maturidade do autor. Em artigo publicado em portal mineiro Mario Alex Rosa, doutor em literatura brasileira pela USP vai dizer que neste livro” o poeta ganhou   fôlego para refletir não só sobre sua própria linguagem, mas sobretudo acerca deste tema que (in)felizmente insiste em não sair de cena: o amor e seus (dis)sabores. As cantigas aqui seguem a velha tradição trovadoresca das sátiras, do amor pouco ou quase nada correspondido.No belíssimo poema A dama das trevas, o poeta, trovador moderno expõe certas qualidades da dama ,para aos poucos rebaixá-la.Passeando dentro da longa tradição, o nosso trovador mescla o contemporâneo, o barroco e claro, a Divina Comédia de Dante Alighieri, só que Virgílio não só dará as mãos à dama, mas por um gesto de indiferença, vira-lhe a cara.”

O livro objeto Cantigas […] tem as dimensões de uma caderneta (10 x 14 cm). Na sobrecapa, há um coração vermelho de Rachel Leão: uma representação anatômica com a dureza da madeira. A xilogravura foi reimpressa pelo artista e gravador Alessandro Lima especialmente para esta edição. A plaquette vem lacrada por um fio encerado e um adesivo – a garantia de que aquele volume será aberto pela primeira vez. O leitor encontrará, então, elementos que estabelecem relações com a dualidade presente na gravura de Rachel e no texto de Jovino. A delicadeza de desenhos de linha, presentes no interior do volume, esconde diversos insetos entre as folhas e as flores; nas guardas, há ilustrações científicas de besouros; o verde esmeralda do interior se choca com o vermelho da sobrecapa. Tudo busca acompanhar o ritmo estabelecido pela progressão dos poemas, que leva a leitura do amor ao maldizer numa gradação sutil, sem que um deixe de fazer parte do outro. A tiragem é de 50 exemplares e cada um é individualmente numerado.

 

http://vimeo.com/79722855

 

Ana Lucia Vasconcelos- Jovino, eu vou começar do começo como sempre faço: você nasceu em Formiga, Minas Gerais, terra do meu grande amigo e orientador de mestrado Joaquim Brasil Fontes. Diga-se é a segunda pessoa que conheço desta cidade mineira, e foi criado em Montes Claros. Como foi a sua infância?

Jovino Machado– Minha infância foi maravilhosa. Eu nasci em 1963 e vivi na minha cidade natal até 1968. Sou o neto escolhido para homenagear os pais de minha mãe e de meu pai. Meu avô paterno se chamava Antônio Machado e o meu avô materno Jovino Rabelo. Minha mãe perdeu o pai quando tinha 12 anos de idade e quando eu nasci fui batizado com o nome de Jovino Antônio Rabelo Machado. Fui criado em quintais imensos e também na casa de minha avó Olímpia e de minha tia Lourdes, onde tinha uma televisão branco e preto e eu assistia todos os inícios de Luta Livre, antes de adormecer no escuro sofá da sala. Sou primogênito (aquele filho que não tem o direito de ser artista) e sempre fui o filho e o neto preferido de minha avó madrinha. Em 1969 me mudei para Montes Claros, onde cursei o pré-primário. Foi onde aprendi a dançar quadrilha e a cantar o Hino Nacional. Meu pai era técnico de estradas e a minha família passou parte da vida mudando de uma cidade pra outra. Em 1971 fui morar em Corinto (MG) onde fiz os dois primeiros anos do curso primário e aprendi a ler. Nesta época e nos anos seguintes eu era um colecionador nato. Colecionava figurinhas, calendários, passarinhos, chaveiros, carrinhos e adesivos. No quintal de minha casa tinha frutas de muitas qualidades e também um galinheiro, onde eu colhia ovos diariamente. Foi nesta época que comecei a gostar de circo e carnaval. Em 1973 fui para o Triângulo Mineiro e morei um ano na cidade de Patrocínio. Como nove anos de idade fui secretário do Clube de Leitura da Escola Estadual Honorato Borges. Fui também coroinha e participava com muita frequência de missas, batizados, enterros e procissões.

ALV– Quer dizer que era uma criança precoce. Tua família pelo jeito era católica?

JM– Sim, como um ano eu já andava e falava. Pouco mais tarde já cantava músicas do Roberto Carlos.

ALV- Sei que tem ascendência portuguesa, negra e indígena. Isso significa que você é um brasileiro típico na verdadeira acepção da palavra? Ou nada disso?

JM– A sua afirmação está correta. Meus bisavós maternos Cândido e Constança vieram de Portugal. Por parte de pai sou descendente de negros e índios. Minha bisavó Bela era índia e era louca e trabalhou num hospício. Eu sou macumbeiro, equilibrista, humorista e trapezista. Sou um brasileiro típico, gosto de samba, futebol e carnaval, mas nunca assisti aquele programa de verão da Rede Globo, nunca dei dinheiro para o Criança Esperança e nunca li Paulo Coelho. O poema Antena do meu livro Balacobaco (2002) ilustra bem o que eu falei.

 

antena

 

meu pai era galdino

livre

foi queimado

 

meu avô era zumbi

guerreiro

foi castrado

 

meu bisavô era bardo

pessoa

foi ignorado

 

eu sou sambista

 

ALV- Este poema é literal ou simbólico?

JM– É muito difícil explicar um poema. Eu apenas escolhi três representantes das três principais raças que formaram o povo brasileiro. Eles são meus pais, meus avós, meus bisavós. O sambista é filho de todas estas influências.

ALV– Quando começou a escrever poemas? Sei que fez Letras na UFMG. Mas já fazia jornalismo a esta altura. Isso significa que você gosta de escrever desde sempre? Fale sobre os anos de sua juventude.

JM– Em 1976 minha família retornou a Montes Claros. Eu tinha 12 anos de idade e colecionava revistas de histórias em quadrinhos. Comecei a me interessar por literatura quando conheci os livros de Monteiro Lobato e o romance A escrava Isaura de Bernardo Guimarães. Comecei a escrever poesia por volta dos 16 e 17 anos, mas o meu sonho era ser ator de teatro. Participei de algumas peças no teatro amador da cidade e tive a oportunidade de conhecer a magia de representar em espetáculos como Piquenique no Front de Fernando Arrabal e A aurora da minha vida de Naum Alves de Souza, entre outras. Não, eu nem sempre gostei de escrever. Na minha infância e adolescência eu gostava mesmo era de desenhar e achava que ia ser arquiteto. Em 1980 o Brasil vivia o fim da Ditadura Militar e o teatro mudou tudo na minha vida. Aprendi desde cedo que o Estado não precisava autorizar os meus desejos. Li muitos autores drogados e comecei a fumar maconha. Foi meu primeiro passo rumo à desobediência civil. Dá pra contar na mão esquerda do Lula as vezes que experimentei cocaína. Uma única vez tomei chá de cogumelo e fiquei dez dias em depressão. Sempre fui um homem de drogas leves. Hoje não uso drogas ilícitas. Os últimos baseados eu fumei na companhia do poeta Chacal e dos meus queridos Nelson Jacobina e Jorge Mautner. Minha droga preferida é o álcool. A cerveja é o meu segundo sangue. “O amor é uma droga pesada.” Na juventude viajei muito de carona com mochila nas costas. Fui ao primeiro Rock in Rio e participei diversas vezes dos festivais de inverno de Diamantina e Ouro Preto. Em 2012 e 2013 retornei às cidades históricas como convidado para recitar poemas no Inverno Cultural de São João Del Rei e no Fórum das Letras de Ouro Preto. Participei de todos os movimentos políticos de minha época com Diretas-já, Fora Collor, Lula- lá e Manifestações de Junho. Hoje aqui em Belo Horizonte participo dos movimentos Assembleia Popular Horizontal, Espaço Comum Luiz Estrela e Praia da Estação.

ALV- Por que não seguiu com a carreira de ator e desistiu de ser arquiteto?

JM- Desisti de ser ator porque descobri a poesia e com ela eu faço um trabalho autoral que seria difícil fazer no teatro. Ser arquiteto era apenas uma ilusão de criança.

ALV- Quer dizer que alem de participar de eventos literários é ligado em política e participou de todos os Movimentos que teve direito? Ainda participa, quero dizer é uma pessoa ligada nos movimentos sociais?

JM– “A poesia e a política são demais para um homem só” disse aquele personagem do filme Terra em Transe do Glauber Rocha. Eu sempre estive ligado em política, mas nunca me filiei a um partido político. Sou da Esquerda Festiva.

ALV– E como foi que aconteceu a coisa, quero dizer, quando descobriu a poesia? Sei que conheceu um poeta chamado Aroldo Pereira e que ficou sendo seu mestre. Fale sobre isso e sobre seus primeiros livros que segundo disse em entrevistas não gosta, não considera bons. Enfim, seus primeiros exercícios poéticos tinham influência deste Aroldo? E de quem mais? Quero dizer que outros autores você lia?

JM– Aroldo ficou sendo meu mestre, irmão e amigo de sempre. Até hoje nos apresentamos juntos em recitais de poesia. Eu comecei a escrever poesia depois que li o livro Canto de encantar serpentes do Aroldo Pereira. O que aconteceu é que Aroldo é um poeta que já nasceu pronto e a minha poesia era ingênua e infantil. Os escritos eram apenas desabafos juvenis. Aroldo sempre foi o meu grande incentivador, faz parte da minha história e participa dos meus projetos e eu dos dele. No final de 2013 participamos do Sarau do Memorial da Vale e foi lindo. A virada de mesa aconteceu quando eu descobri a obra de Fernando Pessoa na biblioteca do Centro Cultural Hermes de Paula. Fiquei tão assombrado com a obra do bardo português que disse pra mim mesmo: “Isso que é poesia Jovino Machado, e não essa droga que você faz.” Depois comecei a ler de tudo e muitos autores foram importantes. Vou citar alguns: Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes, Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Augusto dos Anjos, Paulo Leminski, Cacaso, Ana Cristina César, Augusto de Campos, Haroldo de Campos, Décio Pignatari, Ferreira Gullar, Graciliano Ramos, Jorge Amado, Victor Hugo, Maria José Dupré, Visconde de Taunay, Carlos Heitor Cony, Dias Gomes, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Rubem Braga, Nelson Rodrigues, Millôr Fernandes, Ziraldo, William Shakespeare, Amelina Chaves, Mário Quintana, Fernando Gabeira entre outros. Minha formação musical também teve muita influência na minha obra. Desde criança meu pai me aplicou nos bambas Ataulfo Alves e Noel Rosa. Depois descobri os poetas da poesia cantada como Tom Jobim, Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil.

ALV– Seus poemas tem, quase sempre, como tema privilegiado a mulher, ou seja, você é aquele poeta contemporâneo que como disse um repórter, que “não tem medo das musas”. Mas vejo também neles certa obsessão pelo lado trevoso em alguns momentos, quando fala delas e até pela cor de cadáver que até da titulo a um dos seus livros. Você é mesmo comparado aos poetas malditos como Mallarmé, Baudelaire, Rimbaud. É isso? Você tem uma atração pelas ‘ flores do mal’? Fale sobre este lado noir da tua poesia?

JM- Eu não sou flor que se cheire. Baudelaire, Lautréamont, Augusto dos Anjos, Roberto Piva e Rimbaud são poetas que tem lugar de destaque na minha biblioteca. São autores que li e sempre estou relendo. Tenho muita influência deles sim, embora a minha poesia tenha muito mais humor. Eu li As Flores do Mal em quatro dias e meio. Nesse tempo não consegui fazer mais nada. Fiquei espantado, assombrado e enlouquecido com tanta beleza. Dizem que o meu livro Fratura Exposta tem um clima meio baudelairiano. Talvez tenha sim, na época que eu escrevi o texto, eu estava lendo Os últimos dias de Charles Baudelaire do filósofo frances  Bernard-Henri Lévy. O lado noir de minha poesia não é piada, mas é construído com ironia e um humor que talvez lembre os filmes de Tarantino e Tim Burtom. Cor de cadáver é uma referência à cor da pele da musa existencialista gótica que inspirou os poemas numa pousada barroca e romântica em 2008 na cidade de Ouro Preto.

ALV– Neste ultimo livro Cantigas de Amor & Maldizer (2013) há um poema que é bem intrigante. Estou me referindo ao Dama das Trevas que você me disse é uma personagem de ficção, que aliás você maldiz de varias formas:

 

“sabe dançar a falsa valsa

seu voo é um presságio sombrio

no impulso lúdico caiu da torre

e perdeu a terceira perna

pode andar sem ela com muletas

mas vai sentir muito a sua falta

fala baixinho como uma fada

mas fere fundo como uma bruxa

sua saliva é venenosa e cruel

anda com passo de gazela

para não despertar os cães

deu um salto trapezista

quando o cupido se abaixou

para apanhar a flecha

sabe fingir em alemão

ou sabe-se lá qual idioma

demônio medieval

disfarçada de anjo barroco

pode ser vista ao lado de satã

na divina comédia de dante

ou rezando uma ave-maria

aos pés de nossa senhora do desterro

no altar da igreja do pilar

numa estranha alquimia

entre o sagrado e o profano

vai passar a eternidade

no nono circulo do inferno

ao lado de caim e judas

virgílio vai lhe virar a cara

sua beleza é uma cadela

que me envia em seu latidos

um ganido de socorro

que a vingança transformou

em cantiga de maldizer

 

ALV– Então eu pergunto o que é o amor para você?

JM-O amor é uma doença mental.

ALV – Qual deles? Por que há vários tipos de amor.

JM– O amor romântico é uma invenção dos poetas.

ALV– Quer dizer que é contra?

JM– Sou a favor e contra. Sempre espero o tudo e nada. Nada por que o que vier é lucro e tudo porque o impossível sempre acontece e o possível sempre se repete.

ALV-A Hilda Hilst dizia que se a gente colocar o termômetro vai sempre dar 40 graus.

JM– Para mim dá 50.

ALV– Você é um apaixonado sem remédio então? Na verdade, segundo o Bhagavad Gita, Livro Sagrado dos Vedas*, eu diria que você “vive no modo da paixão”.

JM– Todo remédio que me cura tem contra indicação. Acho que os poemas do meu novo livro Cantigas de amor & Maldizer, especialmente este que você citou, explica minha visão de amor. É o poema ideal para ilustrar minha visão sobre o amor e como estou me sentindo agora. É uma cantiga de maldizer e fala também de ódio por que como dizia Freud é o outro lado do amor. É a continuação do amor, o outro lado da moeda. É o poema que mais tem feito sucesso nesta coletânea de dez textos e para mim o melhor deles. Por isso tenho interesse em divulgá-lo. É claro que o poeta quer sempre mostrar o seu melhor não é?

ALV– Li que você é um leitor compulsivo e até anota os livros que leu. E ainda que é o teu dia a dia que te inspira e tudo pode ser fonte de inspiração sendo a musica uma presença constante neste cotidiano desde sempre. Como é teu processo de criação considerando isso tudo. Como nasce um poema teu que, aliás, fora a mulher tem como tema o candomblé, o terreiro, as mandingas? Você acredita em Deus?

JM– Sim, sou um leitor compulsivo e fui apelidado pela bruxinha de louco metódico. Li 953 livros nos últimos trinta anos. A ideia era chegar aos 50 tendo lido 1000 livros, mas eu não consegui. Leio vários jornais por dia e eles acabam concorrendo com a literatura. Em 2009 eu disse publicamente que ia encerrar a carreira de poeta no artigo: Quero ser fotógrafo e ciclista, mas depois de ler Os detetives selvagens e 2666 do Roberto Bolaño, eu fiquei tão embriagado de poesia, que acho que não vou parar nunca mais. Não existe para mim um método para criar. Poesia é uma mistura de cálculo e acaso. Para escrever eu preciso sempre de ócio, solidão e um bom vinho. Gosto de ouvir samba e ficar rabiscando e reescrevendo os meus versos. Fiz 14 versões do poema A dama das trevas. Não acredito em inspiração. Inspiração é coisa de gente preguiçosa e nunca fico esperando o espírito do Drummond baixar em mim. Sim, eu acredito em Deus.

ALV– Você tem feito sempre pequenas tiragens dos seus livros? Por que isso? Para vender logo? E daí eles ficam esgotados e como se faz para encontrá-los?

JM– Eu faço pequenas tiragens porque a poesia está fora de moda. Os meus versos podem ser lidos no

http://cronopios.com.br/index.php?category=1,2,4,6&portal=cronopios&capa=1,

www.germinaliteratura.com.br e no meu blog http://jojomachado.zip.net. A poesia é o patinho feio das artes.

ALV– Além de escrever seus livros você entrevista escritores, poetas contemporâneos que estão publicadas em portais como Cronopios, Germina Literatura e no teu blog. Isso significa que teu lado jornalista continua bem vivo em você. Pretende reunir em livros estas entrevistas?

JM– Vou entrar na Lei de Incentivo a Cultura. Se o projeto for aprovado, pretendo reunir todas as entrevistas que fiz com personalidades da cultura brasileira em dois volumes. Eu adoro entrevistar e acho que é mais uma forma de divulgar a arte dos meus contemporâneos.

ALV– Você conseguiu realizar o projeto de reunir as entrevistas em livros?

JM– O projeto de reunir minhas entrevistas em livro vai ser enviado para o edital da lei de incentivo à cultura de BH.

ALV – SOBRAS COMPLETAS vai sair quando e por qual editora? Você disse que é a reunião dos dez livros mais significativos da tua trajetória. Quando sai e por qual editora?

JM- O SOBRAS COMPLETAS vai ser lançado em outubro pela Guaiabo Edições de Belo Horizonte.

ALV– Fale sobre este projeto com detalhes, por favor.

JM– O SOBRAS COMPLETAS é uma reunião dos livros Deselegância discreta (1993), Trint’ anos Proust’ anos (1995), Disco (1998), Samba (1999), Balacobaco (2002), Fratura exposta (2005), Meu bar meu lar (2009), Cor de cadáver (2009), Amar é abanar o rabo (2009) e Cantigas de amor & maldizer (2013), mais 20 poemas (alguns inéditos e outros que foram publicados em sites, revistas, jornais e antologias. O projeto está sendo realizado com recursos da lei de incentivo à cultura, da Fundação Municipal de Cultura, da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. Os artistas Daniel Bilac e Valquíria Rabêlo são os responsáveis pela edição da publicação.

ALV-O que mais tem feito alem de escrever poesia?

JM– Estou trabalhando na edição do livro junto com os meus editores. Participei do Sarau do Memorial Vale, junto com Aroldo Pereira e Samuel Pereira, Recital Cantigas de amor & maldizer, Projeto Digas, do SESC Palladium, com a jornalista e apresentadora Daniella Zupo. O projeto de 100 entrevistas já foi concluído e está disponível no meu blog: Blog do jovino machado – UOL Blog

*http://gita.vraja.net/cap/14.htm

http://divirta-se.uai.com.br/app/noticia/pensar/2013/11/09/noticia_pensar,148312/o-som-que-faz-sentido.shtml

E-mail: jovinomachado@yahoo.com.br

 

 

 

 

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Ana Lúcia Vasconcelos é atriz, jornalista, escritora e tradutora, licenciada em Ciências Políticas e Sociais pela PUC de Campinas, Mestre em Filosofia da Educação, pela Unicamp, e acaba de preparar um livro ainda inédito sobre Hilda Hilst que o MUSA RARA publica em partes. E-mail:analuvasconcelos@globo.com

 

 

 




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