Serpente


 

a música das esferas
o tempo preciso, o limite
suas durações
e oscilações simpáticas
batimento de notas
imprecisas
organização necessária
de um caos

um deus que transcende
a si mesmo
um ex-fera errante
a navegar sinuoso
nas emanações que Schelling
e Valéry prefiguraram

uma Eva já perdida
mãe de um réptil
benfazejo
ofídio que inocula
o horripilante
veneno do desejo
a luz
que ilumina toda
e qualquer existência.

 
 
 
 

Edson Cruz (Ilhéus, BA) é poeta e editor. Desgraduou-se em muitas coisas: Psicologia, Música e Letras. Foi fundador e editor do site de literatura Cronópios (até meados de 2009) e da revista literária Mnemozine. É professor no Curso de Criação Literária, da Terracota Editora, no módulo Poema. Lançou em 2007, Sortilégio (poesia), pelo selo Demônio Negro/Annablume e, como organizador, O que é poesia?, pela Confraria do Vento/Calibán. Lançou, também, uma adaptação do épico indiano, Mahâbhârata, pela Paulinas Editora. Em 2011, lançou Sambaqui, livro contemplado pela Bolsa de Criação da Petrobras Cultural. Em janeiro de 2012, colocou no ar seu novo projeto: o site MUSA RARA. Escreve com frequência no blog: http://sambaquis.blogspot.com E-mail: sonartes@gmail.com




Comentários (1 comentário)

  1. Claudio Roman Marttuci, Serpente…ser gente…ser Edson Cruz…ser pensante.. e acima de tudo…o ser poetamente
    31 dezembro, 2012 as 11:01

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