• Repensando a educação – Sugata Mitra

    Por Edson Cruz
    Em 16/04/2012

     

     

    Pule a introdução dos apresentadores e vá direto para a fala do professor Sugata Mitra.

    Uma palestra em que ele mostra as experiências iniciadas na Índia e que o levaram a conclusões e observações revolucionárias. Crianças aprendem sozinhas. Parece óbio, não?, mas havíamos nos esquecido disso. Nâo atrapalhem. Façam grandes questões a elas, questões essenciais e elas se interessarão. Elas aprendem a utilizar um computador rapidamente. E rapidamente compartilham e ensinam uns aos outros. Uma experiência genial.

    Mitra é crítico dessa  prática cada vez mais comum em escolas e universidades (e que já chegou em alguns colégios de ponta no Brasil) de presentear os alunos com dispositivos tecnológicos com o objetivo de introduzir a tecnologia na educação. Ele diz com lucidez que “Dar iPads, por exemplo, é fornecer ao aluno uma nova maneira de jogar videogames”.

    O mais difícil, e parece que ninguém está disposto a fazê-lo, é introduzir a tecnologia dentro do processo educacional e usar os recursos como agregadores de conhecimento – e não substituidores de seres humanos. E, para isso, os educadores e gestores da educação, têm de olhar menos para os livros didáticos para entender o processo educacional. Diz ele: “A educação precisa acontecer de baixo para cima, e os professores têm que aprender com os alunos”.

    Segundo Mitra, a estratégia para atrairmos a atenção dos jovens e pequenos é introduzir dúvidas e  grandes perguntas que façam pensar – e não simplesmente respondê-las. Por isso, o papel que o professor tem hoje é secundário. “Um professor, atualmente, responde perguntas dos alunos. Ele é o Google. Isso não está certo. O professor precisa ser mais do que o Google. Ele precisa ser a pessoa que também faz perguntas, que instiga a imaginação de um jeito provocativo”, afirmou.

    As experiências e conclusões de Mitra precisam ser levadas a sério. Me fez pensar que preparar-se e preparar o outro para viver em tempos de cibercultura é estar aberto para aprender sempre. Para lidar com o conhecimento como algo sempre incacabado e passível de ser compartilhado sem hierarquias. Já não somos mais os sabedores. O conhecimento está dado. As pessoas chegam a ele sozinhas e muitas vezes mais rápido se eu não atrapalhar. E mais rápido ainda se eu propor questões instigantes, nem sempre mais relevantes, mas as mais interessantes. A curiosidade e o interesse são os motores do conhecimento.

     

     

     

     

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    Sugata Mitra es actualmente Professor of Educational Technology at the School of Education, Communication and Language Sciences en la Universidad de Newcastle, Reino Unido. También es Jefe Científico, Emérito, en el NIIT. Reconocido por ser el promotor del experimento Hole in the Wall o HIW (El Agujero en la Pared por sus siglas en Inglés), con el cual en el año de 1999 colocó una computadora en un quiosco creado en una pared en un barrio bajo en Kaljaki, Nueva Delhi y los niños tenían libre acceso a usarlo. El experimento procuraba probar que los niños podrían aprender de las computadoras con mucha facilidad sin ningún entrenamiento formal. Sugata lo denominó Minimally Invasive Education (MIE) o Educación Mínimamente Invasiva. Desde entonces el experimento ha sido repetido en muchos lugares, HIW tiene más de 23 quioscos en la India rural. En 2004 el Experimento también fue usado en Camboya. Su interés incluye la Educación Infantil, Presencia Remota, Sistemas de Auto-organización, Sistemas Cognitivos, Física y Conciencia. Mitra fue ponente en el V Seminario Internacional de la Cátedra UNESCO de E-learning de la Universitat Oberta de Catalunya.

     

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