O QUE É A POESIA?


A poesia é de longe a linguagem de maior potência de significação – “a mais condensada forma de expressão verbal”, no dizer de Pound –, e não é de espantar a variedade de leituras, de idiossincrasias, de práticas que permeiam a poética contemporânea e, evidente, a sua recepção. Tão diversas como o são os próprios seres e seus interesses.

O poeta e editor Edson Cruz instigou a possibilidade dessa reflexão e constatação convidando poetas de várias linhagens e calibres a refletirem sobre o fazer poético e as referências fundamentais para o trabalho de cada um deles.

O resultado transformou-se em livro que será o mote para os diálogos que a Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura tem o prazer de oferecer (todo o último domingo do mês) a partir de maio.

A cada encontro, um grande poeta em atividade falará sobre sua visão de poesia, sobre suas influências, sobre a recepção de seu trabalho e o mercado editorial, além de responder a questões do mediador e do público presente.

Os encontros serão mediados pelo poeta e editor Edson Cruz e serão gravados e disponibilizados posteriormente no site da Casa das Rosas e no site MUSA RARA (www.musarara.com.br).

Os poetas inicialmente convidados constam dos participantes da edição do livro O que é poesia?, Editora Confraria do Vento/Calibán.

 

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PROGRAMAÇÃO

 

Dia 27/05, domingo, das 16h às 18h: AUGUSTO DE CAMPOS

Augusto de Campos nasceu em 1931. É poeta, advogado, tradutor, crítico e publicitário. Estreou em fevereiro de 1949 na Revista de Novíssimos e logo depois publica nas páginas da Revista Brasileira de Poesia, ligada ao clube de Poesia de São Paulo, da geração de 1945. Em 1951 edita por conta própria o livro O Rei Menos o Reino. No ano seguinte funda o Grupo Noigandres, com seu irmão Haroldo e o poeta Décio Pignatari . Participando do lançamento da revista Noigandres, publica no primeiro número os poemas “Ad Augustum per augusta” e o “Sol por natural”. Iniciou em 1953 a série “Poetamenos”, que seria publicada em 1955, no n.2 da revista Noigandres. Começa a publicar seus primeiros artigos teóricos em 1955, já em outubro cunhava para a nova poesia que surgia o termo poesia concreta. Em novembro vê seu “Poetamenos” ser oralizado pelo grupo Ars Nova, ao mesmo tempo que realizou conferência sobre as correspondências estéticas entre as novas artes que surgiam. Em 1956 inicia correspondência com e.e.cummings. Finaliza com Haroldo de Campos a tradução de 17 cantares de Pound e entrega para publicação 10 poemas de e.e.cummings. No final do ano ajuda a organizar a I Exposição Nacional de Arte Concreta, em São Paulo e em fevereiro do ano seguinte no Rio. Publica Noigandres n.3. Em 57 lança, como articulista do Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, textos que seriam base do Plano Piloto para Poesia Concreta, lançado pelo grupo em 1958. Publica nesse ano Noigandres n.4. Em 1959 entra em contato com a poesia de Sousândrade, Em 1906 participa da realização da página Invenção no Correio Paulistano. Publica a tradução de cummings e de Ezra Pound. Publica em invenção estudos sobre Sousândrade. Nos anos 60 transfere sua atenção para a cultura de massa, em especial a música popular, publicando o Balanço da Bossa, em 1968. Em 1995 lançou com seu filho, o músico Cid Campos, o CD “poesia é risco” (Polygram). A performance criada a partir do CD, em parceria com Walter Silveira, já foi apresentada em diversos eventos, no Brasil e no Exterior. Nos últimos anos, Augusto de Campos vem se dedicando à feitura de poemas “verbovocovisuais” em mídia digital. Trabalhando com um computador Macintosh e programas de multimídia, desenvolve poemas novos, bem como releituras de obras anteriores, com recursos de som, animação e interatividade. Em 1996, participa da exposição Utopia como poeta do mês. Atualmente desenvolve um trabalho de poesia utilizando-se da linguagem do computador, exibindo-os via internet. Vive e trabalha em São Paulo. Site: http://www2.uol.com.br/augustodecampos/

 

Dia 24/06, domingo, das 16h às 18h: RICARDO CORONA

Ricardo Corona atua nos seguintes campos: poesia contemporânea brasileira e hispano-americana, estudos de relação entre as áreas artísticas (performance, poesia sonora, artes visuais), tradução, linguagem e cultura. É autor dos livros ¿Ahn? (Madri, Poetas de Cabra, 2012), Ahn? (Jaraguá do Sul, Editora da Casa, 2012), Curare (Iluminuras, 2011 – Premio Petrobras), Amphibia (Portugal, Cosmorama, 2009), Corpo sutil (2005), Tortografia, com Eliana Borges (2003) e Cinemaginário (1999), publicados pela Editora Iluminuras. Na área de poesia sonora, gravou o CD Ladrão de fogo (2001, Medusa) e o livro-disco Sonorizador (Iluminuras, 2007). Organizou a antologia bilíngue (português-inglês) de poesia Outras praias / Other Shores (Iluminuras, 1997). Com Joca Wolff, traduziu o livro-dobrável aA Momento de simetria (Medusa, 2005) e a coletânea Máscara âmbar (Lumme, 2008), de Arturo Carrera (com posfácio de Raúl Antelo) e, esparsamente, publicou traduções de Henry Michaux, Gary Snyder e William Carlos Williams. Com Mario Cámara, Daniel Link, Reinaldo Laddaga, Romina Freschi, Nora Domínguez, entre outros estudiosos da literatura hispano-americana, participa do livro La poesía de Arturo Carrera – Antología de la obra y la crítica, organizado por Nancy Fernández e Juan Duchesne Winter (Instituto Internacional de Literatura Iberoamericana/Universidade de Pittsburgh, 2010). Tem ensaios e poemas publicados nas revistas Poiésis (Brasil), Tsé-tsé (Argentina), Rattapallax (USA), Caligramme (França), Separata (México) e nos jornais Suplemento Literário de Minas Gerais (Brasil) e caderno Mais! (Folha de S. Paulo). Com Eliana Borges criou as revistas de poesia e arte Medusa (1998-2000) e Oroboro (2004-2006) e com Joana Corona o jornal Vagau (2011). Desde 1996, apresenta trabalhos performativos que envolvem música eletroacústica, artes visuais e poesia sonora, dos quais, destacam-se Carretel curare (2011) e as parcerias com Eliana Borges, Tsantsa (2011), Alfabeto móvel (2010), Nomos (2009), Tambaka (2008) e Jolifanto (2007). Blogue: http://blogdocorona.blogspot.com.br/

 

 

Dia 29/07, domingo, das 16h às 18h: AFFONSO ROMANO DE SANT’ANNA

Affonso Romano de Sant’Anna: Um dia dizendo seus poemas no Festival Internacional de Poesia Pela Paz, na Coréia (2005), ou fazendo uma série de leituras de poemas no Chile, por ocasião do centenário de Neruda ( 2004), ou na Irlanda, no Festival Gerald Hopkins(1996), ou na Casa de Bertold Brecht, em Berlim(1994), outro dia no Encontro de Poetas de Língua Latina(1987), no México, ou presente num encontro de escritores latino-americanos em Israel(1986), ou participando o International Writing Program, em Iowa(1968), Affonso Romano de Sant’Anna tem reunido através de sua vida e obra, a ação à palavra . Nos anos 90 foi escolhido pela revista “Imprensa” um dos dez jornalistas que mais influenciam a opinião pública. Em 1973 organizou na PUC/RJ a EXPOESIA, que congregou 600 poetas desafiando a ditadura e abrindo espaço para a poesia marginal; foi assim quando em 1963, no início  de sua vida literária, tornou-se um dos organizadores da Semana Nacional de Poesia de Vanguarda, em Belo Horizonte. Com esse mesmo espírito de aglutinar e promover seus pares criou, em1991, a revista “Poesia Sempre” que divulgou nossa poesia no exterior e foi lançada tanto na Dinamarca, quanto em Paris, tanto em São Francisco quanto New York, incluindo também as principais capitais latino-americanas. Atento à inserção da poesia no cotidiano, produz poemas para rádio, televisão e jornais. Tendo vários poemas musicados (Fagner, Martinho da Vila), foi por essa e outras razões convidado a desfilar na Comissão de Frente da Mangueira na homenagem a Carlos Drummond de Andrade, em 1987.  Apresentou-se falando seus poemas, em concerto, ao lado do violonista Turíbio Santos. Tem também quatro CDs de poemas: um gravado por Tônia Carrero, outro comparticipação especial de Paulo Autran, outro na sua voz editado pelo Instituto Moreira Salles e o mais recente outro pela Luzdacidade, com a participação de atrizes e escritoras. Seu CD de crônicas, tem participação especial de Paulo Autran. Escreveu dezenas de livros de ensaios e crônicas. Como cronista, aliás, substituiu Carlos Drummond de Andrade no “Jornal do Brasil” (1984). Site: http://www.affonsoromano.com.br/site.html

 

 

 

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Curador e Mediador:

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EDSON CRUZ (Ilhéus, BA) é poeta, editor e revisor publicitário. Desgraduou-se em muitas coisas: Psicologia, Música , Violão e Letras. Foi fundador e editor do site de literatura Cronópios (até meados de 2009) e da revista literária Mnemozine. Fez entrevistas para TV Cronópios e Programa Bitniks com grandes escritores contemporâneos, como por exemplo: Antonio Cícero, Augusto de Campos, Sergio Sant’Anna, Chacal, Cláudio Willer, Glauco Mattoso, José Castello, João Silvério Trevisan, Marcelino Freire, Marcelo Mirisola, Moacyr Scliar, Zuenir Ventura, entre outros. Lançou em 2007, Sortilégio (poesia), pelo selo Demônio Negro/Annablume e, como organizador, O que é poesia?, pela Confraria do Vento/Calibán. Lançou em dezembro de 2010, na Casa das Rosas, uma adaptação do épico indiano, Mahâbhârata, pela Paulinas Editora. Em 2011, lançou seu poemário contemplado com Bolsa de Criação da Petrobras Cultural, Sambaqui, pela Crisálida Editora. É professor no Curso Pratica Criação Literária da UnicSul/Terracota Editora, no Módulo Poesia. É editor do site de Literatura e Adjacências, MUSA RARA (www.musarara.com.br). E-mail: sonartes@gmail.com Blogue: http://sambaquis.blogspot.com

 

 

 

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Casa das Rosas Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura
Av. Paulista, 37 – Bela Vista
CEP.: 01311-902 – São Paulo – Brasil
(11) 3285.6986 / 3288.9447
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