As coisas pequenas e banais


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Maria João Cantinho é muito mais conhecida como ensaísta e crítica. No Brasil, também é conhecida pelo trabalho que desenvolve frente à revista literária Caliban. A autora já publicou, dentre outras obras, 4 livros de poesia.
Do Ínfimo, o mais recente, é uma ótima oportunidade para conhecer sua produção poética. O livro foi agraciado com o Prêmio Literário Glória de Sant’Anna – 2017.

Para a poeta, sua obra pretende resgatar a experiência do olhar e do quotidiano. “Olhar para as coisas pequenas e banais”, diz Cantinho, “e descobrir-lhes a luz, a que emana do objeto, mas também da memória, dos fragmentos que se perdem no passado e que nos assaltam como imagens longínquas, auráticas. E assim celebrar o que escapa aos gestos de hoje, à nossa pressa, ao ruído. Uma celebração íntima, que só a linguagem redesperta”, conclui.

Cumplicidade, amor pelas coisas pequenas, regresso à infância, empatia. O livro é também uma forma de reavivar o diálogo com autores que marcaram presença na vida e na obra da autora.

 

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O “ínfimo” que vale a existência de Josepha

Por Krishnamurti Góes dos Anjos

 

Hoje, domingo 22 de julho de 2018, acordei cedo para a labuta de sempre com a crítica literária. Enquanto tomo o café fico sabendo pelo noticiário da TV a cabo que o mês de junho registrou o maior número de mortes em um ano e meio entre imigrantes que tentaram entrar na Europa pelo Mar Mediterrâneo, segundo dados da Organização Internacional para as Migrações das Nações Unidas (OIM-ONU). Entre os dias 1º e 30, pelo menos 629 mortes foram confirmadas na região, incluindo o Mar Egeu. O total é quase igual ao número de mortos nos cinco meses anteriores, entre janeiro e maio. Já em julho o número de mortes chegou a 198 até quinta-feira (19). Levo a chácara de café quente aos lábios para um gole, enquanto a imagem de uma sobrevivente camaronesa de 40 anos chamada Josepha, que passou dias no mar agarrada a destroços ao lado de corpos me faz queimar a boca com o café. A criatura tinha, ao ser resgatada, feições alucinadas pelo medo, um olhar acossado no nada, lábios partidos, inchados, o corpo inerte, sem mais forças. Um horror meu Deus… Atônito, e com os lábios ardentes, a imagem chocante me fez lembrar de um poema que li ontem:

“Partes lentamente da vida”:

“Partes lentamente da vida / num barco ébrio de sangue / onde se inscreve a pele da noite / nesse festim. Dobras o vento, esse uivo / que chega do Norte, nas pegadas de um silêncio / interdito e em que calas os nomes / desenhados na lucidez das mãos.

Ninguém lê as pedras, os sinais, / ninguém decifra o traço de sangue desse navio / que navega em direção a uma ilha, / neste arquipélago de solidão.

Os gestos são irremediáveis, no instante / em que tudo refulge para se afundar. Ninguém ouve / este naufrágio perdido no canto de um marinheiro / que sabe não voltar. A viagem é sem retorno.

Tu sabes, vais a caminho”.

Muito bem. O poema acima é parte do livro “Do ínfimo”, da senhora Maria João Cantinho, escritora portuguesa que viveu a infância em Angola. Doutora em Filosofia Contemporânea é também autora de quatro livros de ficção, quatro de poemas e um livro de ensaios. Não sabemos se em Portugal é assim, mas parece-nos que no Brasil é mais conhecida como ensaísta, e notória estudiosa da obra do filósofo Walter Benjamin (1892-1940). A esse respeito a própria autora em entrevista à Paulo José Miranda  esclarece com propriedade e plena consciência: “Eu diria que são passagens que se abrem (ou se fecham) e que a poesia bebe nas margens do não-dito, do não-explicável, do que não é racionalizável, do imediato, da pulsão, ao passo que o ensaio procura a claridade e a explicação ou, pelo menos, a sua tentativa”. E vai mais além: “De uma forma geral, os ensaístas são grandes leitores e isso faz muita diferença (a meu ver) na poesia. Não entram nela de forma ingênua e desavisada”. Dito isto, Voltemos a Benjamin que foi escritor, tradutor, ensaísta, crítico literário, sociólogo e crítico de arte. Vale ainda acrescentar, a título de melhor situar o leitor, que Benjamin desenvolveu seu trabalho baseado na concepção kantiana de crítica como uma forma de reflexão, tanto estética como política, levando-se em conta que esse ato de crítica, incluía todo o sistema cultural e também sua base econômica. Dentre suas criações intelectuais articulou a teoria da história, da tradução, violência, tendências da recepção da obra de arte dentre outras questões não só pertinentes como atualíssimas. Uma autora de tal quilate é verdadeiro e benfazejo achado. Veja-se este poema e sinta-se o sentido do humano que ele nos transmite nesse mundo monstruoso que criamos e que brada por saídas:

“Dobrar o corpo”.

“Dobrar o corpo ou a língua tanto faz / para que a sombra nos salve / destes dias, sabes, em que nada parece viver / a não ser um certo modo de indigência / a que todos se consentem, talvez por medo / de não haver amanhã, ou uma grandeza qualquer / as palavras trazem esse inferno irrespirável / insano, sem lugar para um certo azul / que revirava os dias de esperança / e agora caminham cabisbaixos, medrosos / convenceram-se que o único azul é este / o de que dispomos / um certo azul com vagas estrelas numa bandeira / e o número do sapato não nos serve,

Já não o calçamos, sequer / andamos descalços, mas continuamos a olhar / para esse céu de plástico e com estrelas mortiças / desenhadas só para alguns, que por detrás delas / se escondem, com as suas siglas formidáveis / a tresandar a poder, a feder / hoje é o sapato, irmão, só te serve um / mas amanhã nem as calças te servirão / e o Inverno está à porta. E perguntas? Sonhas?

Vão te deitar de joelhos / a sonhar com o pão / com a casa que o banco te emprestou / enquanto as estrelas pareciam reluzir”.

E é pensando no que já foi dito acima que vamos encontrar na segunda parte do livro, a prosa poética “Caligrafia da Solidão”, em que ouvimos um eco ampliado do pensamento de Walter Benjamin, (saliento e repito, que escrevi ‘eco ampliado’, não escrevi intertextualidades e menos ainda preponderâncias). Um texto de difícil definição, espécie de conto fantástico de apenas 17 páginas que estão mesmo a pedir verdadeiro ensaio à parte, pela riqueza de imagens aglutinadoras de sentido, que concentram a potência de um pensamento tecido em complexo jogo de reflexões, em torno das infinitas relações entre existência, imagem, pensamento e imaginação.

Não se pode omitir que encontramos na poética da autora também, temas como a voz, a memória, a linguagem, a escrita, o silêncio… Mas a tônica é essencialmente o “outro”, no sentido de que a ninguém é dado se persuadir de que a miséria que recai sobre o semelhante não se espalha no planeta. Quanto a isto não há possibilidade de remissão. A preocupação que a autora demonstra com mais intensidade, é com aqueles que “enredam-se nas ervas daninhas / com o rosto colado no lodo”, daqueles que vazam o copo / [e]  as notícias passam na TV / enquanto se voltam de costas para as imagens, daquele outros na mendicância, dos que padeceram sem piedade em Auschwitz, mas também é, e ainda, com os 629 mortos no mar Mediterrâneo em junho último, dos outros 198 até hoje dia 22/07/2018 e, finalmente, para que não fiquemos sem “dar nomes aos mortos” tenhamos em mente apenas um, o da camaronesa Josepha!

Todavia, há outro viés, e talvez mais importante ainda, pelo qual se pode perquirir a poética dessa autora de linhagem metafísica. Fernando Andrade bem considera que a sua “palavra poética deixa o sagrado mais moldante à palavra do lavrador poeta ou do filósofo parindo conceitos, gerando concepção entre luz e trevas”. Senão vejamos o poema “Do ínfimo”, uma constatação de que Deus, ou o infinito, ou o além do homem, como queiram, se encontra nos detalhes”,  e que justamente o “ínfimo”, a que não damos a menor importância permite “a intimidade e a descoberta da pertença recíproca”, como escreveu a própria autora em algum lugar…

“Nada sei senão do ínfimo / e do murmúrio das pequenas coisas, / as que não chegam à palavra / como a sombra ou o vento / desenhando-se sob os álamos, / em quieta reverberação”.

E nada sei, senão desse canto / invisível, mais sonho que metáfora, / do tempo que é no fruto / ou do que sabe ser sol, sem alarde / do breve e da passagem.

E nada sei dessa grandiloqüência / dos homens, das suas promessas / e dos gestos que traem o coração, / dessa palavra ou excesso que mata / a perfeição circular do instante.

Se é vida, sangue ou oiro, / nada sei, nada de nada / escondido que ele é / no ínfimo e na sombra. Oculto”.

Essa fagulha de luz (de 74 páginas), que é o livro “Do ínfimo”, inapelavelmente nos lembra da filósofa alemã Hannah Arendt (1906-1975), que em sua obra “Homens em tempos sombrios”, escreveu: (…) mesmo no tempo mais sombrio temos o direito de esperar alguma iluminação, e que tal iluminação pode bem provir, menos de teorias e conceitos, e mais da luz incerta, bruxuleante e freqüentemente fraca que alguns homens e mulheres, nas suas vidas e obras, farão brilhar em todas as circunstâncias e irradiarão pelo tempo que lhes foi dado na Terra (…). Olhos tão habituados às sombras, como os nossos, dificilmente conseguirão dizer se sua luz era a luz de uma vela ou a de um sol resplandecente”. Adiante pois.

 

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Krishnamurti Góes dos Anjos é escritor, pesquisador, e crítico literário. Autor de: Il Crime dei Caminho NovoRomance Histórico, Gato de Telhado – Contos, Um Novo Século – Contos, Embriagado Intelecto e outros contosDoze Contos & meio Poema. E-mail: goeska15@gmail.com

 

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Confira uma seleta do livro:

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Do ínfimo

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Não sei senão do ínfimo
e do murmúrio das pequenas coisas,
as que não chegam à palavra
como a sombra ou o vento
desenhando-se sob os álamos,
em quieta reverberação.

E nada sei, senão desse canto
Invisível, mais sonho que metáfora,
do tempo que é no fruto
ou do que sabe ser sol, sem alarde
do breve e da passagem.

E nada sei dessa grandiloquência
dos homens, das suas promessas
e dos gestos que traem o coração,
dessa palavra ou excesso que mata
a perfeição circular do instante.

Se é vida, sangue ou oiro,
nada sei, nada de nada
escondido que ele é
no ínfimo e na sombra. Oculto.

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Assombro

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Sentas-te na sombra e sabes
do modo como apenas o crepúsculo
salva a tua urgência, a tua sede
de chuva e do avesso da noite
o assombro
o desvario de palavras,
essa lâmina que rasga o real
uma garra de nada, uma pedra
no teu caminho.

E procuras o escopro,
o arado alquímico, o compasso,
o fogo e o atanor
que há-de medir-te
o ritmo matemático
e a matéria transfigurada do poema,
esse golpe certeiro e lírico,
asa de sonho,
magma, víscera, palavra
suor, sangue, alma
língua, jogo, imagem
trevas esperando a alba
e a clara luz, esse estremecimento
mínimo
oculto nos detalhes.

Nascente, luminescente,
é um abismo em forma de rosa.

 

 

O lento passo dos nómadas

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Seguir o passo lento dos animais
e mergulhar no seu ritmo milenar
na respiração das areias
e do vento, na senda dos nómadas,
caminhando por entre os dias
e as noites, sonhando linhas
de oásis e sombra.

Escrevendo, página a página,
esta luz, a voz sem memória,
decifrar o lento passo dos animais
e escutar o coração das estrelas,
caminhando numa única direcção
o vazio do horizonte.

E, linha a linha, como um rio
de um caudal, onde transborda o leito,
escreves, revirando os dias
semeando imagens e procurando espelhos
convocando sombras
nesse lugar que é caminho
e muro, pergaminho
fosso e ponte
na senda de Juan de la Cruz,
de Rumi, de Eckart
e de todos os famintos
de luz e de salvação.

O olho animal aguarda-te.

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Há um país antigo que se abriga em mim

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Há um país antigo que se abriga em mim
um país de que não me lembro
senão de mim menina,  uma língua
de sol e água que se cola à minha pele,
obstinadamente quer ser tempo em mim,
quer ser boca, procura a abertura,
escorre entre as fendas da memória,
como um pássaro de asas partidas.

Há um país antigo que se abriga em mim
E eu procuro a voz do vento que o cante,
Nessa harpa fria que é memória minha.

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Um rio, um nome

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Na terra do meu pai corria um rio
e não era ainda o do tempo
nem eu nadara no múltiplo leito de Heráclito,
era um rio de claros seixos,
onde a sombra e o riso
acolhiam o nosso corpo
ainda intacto
no incêndio da manhã.

Na terra do meu pai havia laranjas
e chão, havia sol e murmúrios
e nós ouvíamos a respiração da noite
por dentro das raízes das árvores
e o rio falava com as pedras
e com a luz
e nós corríamos
ou éramos levados pelo vento
que acendia a folhagem.

Na terra do meu pai não havia medo
só um rio e as águas limpas
onde as mulheres lavavam a roupa
e cantavam ao som da terra.

Na terra do meu pai corria um rio
e os homens tinham lugar
era um rio por coração
era um nome
para um homem.
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Balada de Czernowitz

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Ter-lhe-á dito que não era legítimo
escrever poesia nas costas dos mortos de Auschwitz.

E que fazer, se os olhos lhe doíam e a língua queimava
que fazer se o vidro lhe entrava tão dentro da pele
e nada parecia sobreviver senão o som do violino
compassando o ar vazio, o baque dos corpos
o som seco e metálico saindo do cano das armas

depois ele recuou e tentou desculpar-se,
mas a cinza de Sulamith já se transformara no seu olhar
o som saía gutural, atravessava o poema com a sua lâmina

e as palavras entravam na noite
cruzavam desertos, rasgavam as vísceras dos mortos
e eles, os mestres da morte, olhavam indiferentes
nem malévolos sabiam sê-lo, instrumentos apenas
de uma razão gelada, para a qual não há nome

o que escrevia poemas nas costas dos mortos
trazia no olhar reflexos de anjo, esse anjo de asas tolhidas
que fazer, se tudo escurecia no horizonte
senão dar nome aos mortos, trazê-los à memória

ao poeta não cabia senão a dor e o lamento
e, sem querer, o filósofo que decretou a impossibilidade
era irmão dessa razão sem nome, já que depois da morte
outra morte sobrevém, a do esquecimento

e um anjo sabe menos do que um filósofo
mas tudo sabe do humano e da linguagem
desse humano que vive para lá da morte

e, mesmo que as palavras não lhe subam à boca,
escreve poemas nas costas dos mortos
laminando a linguagem, obedecendo
ao vento que sopra do passado.
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Rachmaninov
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Essa lentidão com que fazes nascer
dos teus dedos
uma areia antiga
estrela desgarrada na noite
esse lentíssimo adagio, verso de tempo
anunciando a ruína de um olhar.

Esse fogo puro
crescendo secreto
aragem dançante na folhagem,
chamando os deuses
e uma leveza felina.

Esse modo de conduzir-nos por atalhos
de montanhas e sombras de álamos
nas margens de um inaudito rio.

Essa força que reclama o alto
e o nome de cada ser,
essa luz irrepetível
abrindo os caminhos da manhã
inteira
no som do que é  já passado
e ainda não aberto
ao que virá. O que é.

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Abate diário

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1.

porque só se pode sonhar
no lugar de um outro, escrevo
e ainda assim sucumbo
numa mudez sem saída
porque a língua não salva o olhar
nem a mão, nenhuma mão, pode tocar-te.

Percorres, de olhos no chão,
essa linha traçada pela promessa
pela qual trocaste todo o dinheiro
a quem, sorrindo, falaste
de um novo mundo
longe da guerra     longe da fome

esperaste longos dias à deriva
enquanto a criança morria nos braços da mãe
e a terra se avistava ao longe

cantaste, baixinho, enquanto choravas
e vestias a mortalha do olhar
deus, esse deus, onde estava agora?
Nenhum canto  nenhum salmo
o vento calou-se sob o mar

Mais tarde seria um outro
no lugar de um outro, sem fim,
a luz do mar é cruel, senhor
e a terra está cada vez mais próxima
mas os lábios secam, a fome devasta
as noites são frias  frias

deus, esse deus, o deus dos outros, onde estava agora?

A terra está tão perto
os olhos cegaram-me
de tanto olhar a luz deste mar
a promessa fez-se noite
e canto, baixinho, um salmo
à espera que ele nos responda

deus, esse deus, abandonou-nos?

A terra estava tão perto. À distância de um sonho.

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O baile final

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Poderíamos chamar James Ensor
ou um qualquer pintor do desencanto
antes pintor, diria o outro, o do spleen,
do que fotógrafo, esses idólatras do real.

E a noite das sombras, a do século
que entrou a pique no optimismo da técnica
que faremos dela senão cantá-la?

Withman ou Pessoa, Eliot, ou ainda a miragem de Orfeu
piscando o olho à sua Eurídice
aquela que afinal foi só o século que ficou para trás
não a dos gregos, mas a de uma irredutível
e metafórica despedida

esse mito que desapareceu do nosso horizonte
e no qual se selou o beijo
de uma aura perdida e sonhada
renascida nos ventos do futuro, no cinema
e, bem, perdida entre as catástrofes,
mas o homem não sabe ler
nessas entrelinhas do passado

há sempre um baile que nos espera
uma festa, onde marcamos encontro com o ideal
uma aposta de vida ou de morte
e afinal só vemos desfilar espectros
e sombras de tempos
não parámos para pensar no
depois da música

importa antes permanecer
e continuar neste palco,
enquanto todos dançam
como bonecos desarticulados
exaustos autómatos, dançando
até que a noite os vença.

Ninguém parou, ninguém pára, ninguém ousará
pensar no que virá depois da música

cairá o palco ou tombarão as sombras?
E o pintor, o que fará?

 

 

 


…………………………….[Foto by Alfredo Cunha]

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Maria João Cantinho nasceu em Lisboa, é doutorada em Filosofia. Publicou 4 livros de ficção e 4 livros de poesia, 3 livros infantis, um livro de ensaio, intitulado O Anjo Melancólico, editora Angelus Novus. É professora, crítica literária e colabora com JL (Jornal das Letras, Artes e Ideias, Colóquio-Letras (Fundação Calouste Gulbenkian), Revista Pessoa e várias revistas académicas e literárias. Tem poesia traduzida em francês, castelhano e alemão. Atualmente tem no prelo um romance e um livro de ensaios.

 

 

 

 

Título: Do Ínfimo

Autor: Maria João Cantinho

Especificações: 1º edição brasileira, 2018 – 14×21, 74 páginas.

Preço: R$ 34

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